NOTÍCIAS
Últimas Notícias
Nota de pesar
Cremesp presta homenagem ao médico Manlio Basilio Speranzini
SEMPRE AO LADO DO MÉDICO JOVEM
Cremesp discute ensino e ética profissional com a nova geração de médicos durante o Conasp
Juntos com os médicos do interior
Cremesp demonstra mais uma vez seu pioneirismo e leva a Ribeirão Preto o 2º Treinamento de Inteligência Artificial em Medicina
Nota de pesar
Cremesp lamenta profundamente o falecimento do médico Ivlacir Idilhermano Vasques Silva
Notícias
|
19-08-2025 |
Evento histórico de IA |
Mais de 1,3 mil médicos participam do 1º Treinamento de IA em Medicina do Cremesp |
|
Estudem pelo menos 30 minutos por dia, busquem as Inteligências Artificiais (IA’s) do seu interesse e pratiquem todos os dias. Estas foram algumas das principais mensagens fornecidas aos cerca de 1,3 mil médicos que participaram do 1º Treinamento de Inteligência Artificial em Medicina do Cremesp, evento inédito na área médica do Brasil. Realizado em 16 de agosto, na capital paulista, o encontro contou com diversos especialistas no assunto, que abordaram o tema sob vários ângulos e promoveram um treinamento interativo por meio dos respectivos celulares dos participantes, com acesso por QR Code. Ao abrir o evento, o presidente do Cremesp, Angelo Vattimo, enfatizou que a autarquia “tem tentado modificar alguns paradigmas, aproximando-se dos médicos e de suas necessidades cotidianas”. Segundo ele, a atual gestão do Conselho tem percebido a vontade dos profissionais da área médica de melhorar sua capacidade resolutiva. “Nossa profissão não vai acabar, pois, como disse Hipócrates, ‘a vida é breve, mas a Medicina é longa’. Estamos longe de sermos dominados pelas IA’s, porém, o médico que não utilizar as tecnologias disponíveis será substituído. Por isso, teremos de incorporá-las, como já incorporamos tantas outras que não existiam há algumas décadas, como a ressonância magnética etc. Contudo, agora estamos em um momento disruptivo, não só para a Medicina, mas para a sociedade como um todo”, assegurou Vattimo. Compondo a mesa também a vice-corregedora Flavia Bassanezi, uma das responsáveis pela iniciativa, comentou que “o treinamento é extremamente necessário e não será o único. Levaremos este aprendizado aos médicos da Capital e Interior, esse é o nosso compromisso com o médico do nosso Estado”. Medicina 4.0: desvendando a Inteligência Artificial Salomon explanou em detalhes o conceito, a evolução e a revolução que as IA’s estão provocando no mundo e falou sobre as plataformas mais utilizadas, como o GPT, DeepSeek e Gemmini, e também sobre as IA’s específicas para a Medicina, como, por exemplo, a Mirai (detecta câncer de mama cinco anos antes de ele aparecer); a qER.ai (lê tomografia e colore qualquer mancha de sangramento); óculos de realidade aumentada; ShockMatrix (para decisão hemostática); XGBoost (prevê a necessidade de transfusão maciça); e o SRT-H (robô que executa cirurgias autonomamente). Além disso, informou que a melhor forma de fazer perguntas (prompts) às IA’s inclui quatro passos: definir o ator (o papel que a IA deve assumir – por exemplo, um médico), fornecer o contexto (situação ou cenário relevante), fazer o pedido (o que se deseja obter) e solicitar que a IA faça perguntas esclarecedoras para entender o assunto antes de responder. Abordou, ainda, inúmeras outras possibilidades proporcionadas pelas diferentes plataformas de IA. Regulamentação da IA na Medicina – modelo europeu Outro ponto importante foi a apresentação da estratégia europeia para a governança de dados, considerada a mais abrangente e profunda do mundo, cujos principais pilares são: facilitação de troca de dados, desenvolvimento de espaços comuns de dados, controle sobre os próprios dados e inovação e competição. Segundo a professora, o regulamento da IA (AI Act) europeu traz uma abordagem baseada em quatro tipos de risco: inaceitável, elevado, limitado e mínimo. Sousa Pinto esclareceu ainda inúmeros outros subtemas a respeito do assunto. IA aplicada à saúde: desafios, possibilidades e soluções A palestra e aula prática IA aplicada à saúde: desafios, possibilidades e soluções foi apresentada por Aydamari Faria Júnior, biomédico, doutor em Fisiologia e professor da Universidade Fluminense de Volta Redonda (RJ), que atuou como pesquisador nas áreas de Neurociência Cognitiva e Psicofisiologia. Ele explanou os conceitos de origem da IA, sua arquitetura e etapas de evolução, que resultaram nos modelos atuais. As etapas de produção das IAs compreendem três fases: 1) pré-treinamento, alimentado por bilhões de dados e parâmetros; 2) treinamento e pós-treinamento, que representam o ajuste do modelo de base; e 3) especialização para tarefas. O professor falou sobre a diferença e desafios da IAs, comparados com o Google. “O Google não falava com pacientes, ele apontava para sites, que eventualmente traziam informação”, lembrou. “Agora é um outro tipo de desafio, o GPT fala com o paciente”, completou. Ele também explicou as funções de alguns modelos de IA especializados em dados e atividades médicas disponíveis atualmente. A experiência do Inlab em projetos de IA O professor doutor Marcio Biczyk do Amaral, diretor técnico do Inlab – Laboratório de Inteligência Artificial do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-Fmusp) -, fez uma apresentação sobre o centro de pesquisa que dirige. O Inlab foi inspirado em um projeto da Universidade de Stanford e conta com cerca de 50 projetos desenvolvidos ou em andamento desde sua criação há cinco anos. “A IA é mais uma tecnologia e a Medicina está muito acostumada com tecnologias, como o estetoscópio, o ultrassom, o raio X e o computador”, destacou o professor. De acordo com ele, a IA já tem mais de 70 anos e suas ferramentas são utilizadas em Medicina há tempos. O professor falou sobre as áreas de atuação do Inlab, elencou os projetos desenvolvidos, apontando os parceiros da iniciativa privada que incluem empresas de tecnologia como Google e Amazon, entre outras. Dentre os projetos do Inlab, citou softwares para diagnósticos e uma espécie de "chatGPT próprio", específico para área de saúde. Uso da IA na Gestão de Pessoas O farmacêutico bioquímico, sócio proprietário do Laboratório Fleming Saúde de Jundiaí (SP), Marcelo Menino, fez uma apresentação sobre a utilização de ferramentas de IA para a gestão de pessoas, que desenvolveu para sua empresa, baseada em análise de características e comportamentos individuais. Momento IA Todo Dia O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, criador e apresentador do podcast IA Todo Dia, Diego Sommer, fez três intervenções curtas ao longo do evento, abordando a utilização de IA no cotidiano, com dicas e recomendações. Segundo ele, os usuários que performam pior tratam a IA como uma ferramenta passiva, enquanto os que performam melhor tratam a IA como um colega de equipe ativo. Acrescentou – citando pesquisa da Universidade Stanford – que, embora a IA aumente a velocidade do trabalho em 25%, a produtividade em 12% e a qualidade em 40%, menos de 10% dos profissionais estão realmente colhendo ganhos significativos com a colaboração dessa tecnologia, o que demonstra a necessidade de estudar o tema para usar as plataformas da melhor forma. Encerramento No encerramento do evento, o presidente do Cremesp, Angelo Vattimo, agradeceu a grande participação dos médicos e reafirmou o compromisso de aproximar o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo das médicas e médicos do Estado e que, em um evento de IA apoteótico em aprendizado como este, o real beneficiado foram os médicos presentes, suas equipes e seus pacientes; e informou que, dado o sucesso do treinamento de IA em Medicina, o Cremesp irá desenvolver o próximo evento sobre o tema ainda em 2025, no interior de São Paulo. Fotos: Osmar Bustos e Marina Bustos |










